Por que na verdade, sempre fui a mulher da minha.” - Pág. 43
A poesia de Mariana é bem posicionada: a favor da democracia, do amor, da equidade de raça e gênero. É um texto engajado, o que eu chamo de literatura em movimento.
“Faz seu corre
E lembra que amar seus iguais é também ser nobre
Pensando no asfalto
Tem uns que nele pisam
E outros que nele se aconchegam de lado” - Pág. 11
Uma mulher, feminista e empoderada nada não deita pra desigualdade nenhuma: e é assim que eu vejo o livro. É uma obra única que, unindo a vivência da poeta com a realidade que a cerca, cria um ambiente propício aos ácidos versos de ‘Vício’.
“Para cada Pau Brasil arrancado
Ensino o que foi Palmares a uma criança
Pro sangue do índio derramado
Pra cada negro espancado
Só me reforça que a luta diária
Tenho força de Dandara
Minha coragem jamais será colonizada!” - Pág. 54
Há no livro também algumas prosas curtas e poemas visuais que merecem destaque, o que torna escritora ainda mais complexa. Uma surpresa nesta leitura maravilhosa de uma poeta paulista que descreve muito bem um Brasil capitalista, patriarcal e genocida do século XXI.
“E sigo…
Pedindo a Deusa para não ser confundida
Feito a Claudia em uma esquina
E arrastado pela quadra vizinha
33 era a idade de Cristo
Quando pelos justos foi crucificado
2016 e 33 acharam justo terem estuprado!
Por isso eu faço cada dia valer a pena
Sou tipo bomba relógio
Em país que só pobre paga sentença.” - Pág. 12
A Thay Fracarolli, do @galeoteca , e eu resolvemos nos juntar para um desafio ao qual nomeamos #sêpoesia , onde falaremos sobre poetas nacionais maravilhosos e obras riquíssimas ao longo do ano.
Eu com ‘Vício’ de @soumarifelix e a Thay com ‘Labirinto Mínimo’ da @tatagibafernanda.
💙Não esqueça de dar um pulinho no post da Thay pra conferir a resenha do livro que ela leu. Vou dar um spoiler: eu AMO o Labirinto!
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