Como a literatura entrou em sua vida?
M: De maneira natural, através dos causos e “historietas” contadas por meu pai. Foi ele o responsável por introduzir o conhecimento e sofisticação que, não somente, a Literatura, mas outras artes, podem oferecer para o desenvolvimento humano. Lembro-me dele recitando a Salve Rainha pra mim todas as noites, além de me contar História, como disciplina, mas em forma de estórias. Assim nascia, acredito, o Marco Kbral: escritor... o historiador, com certeza.
Qual foi o papel da leitura para a construção do seu eu autor?
M: Fundamental para a criação do escritor. Desde menino sempre li muito. Mesmo quando não dominava a leitura de maneira eficaz, os livros eram meus companheiros. Já sou um jovem senhor, filho de um tempo, onde livros e brinquedos educativos eram necessários, de acordo com muitos pais, para a formação de um futuro cidadão consciente.
Consegue viver de literatura?
M: Viver de Literatura, não! Ela é rica por si só, por isso parece não enriquecer monetariamente. Mas vivo com a Literatura, e de sua presença... sem ela: jamais!
Qual a maior dificuldade que encontra para chegar ao público leitor?
M: O problema da má divulgação e de um monopólio existente e favorecedor, infelizmente, a pequenos nichos de escritores, situação muitas vezes acoplada, a politicagem... também, a forma como o escritor escreve... muitas vezes eu mesmo não me compreendo, quem dirá o leitor, os nichos, o povo... Deus!
Quais são suas referências literárias?
M: Deixemos que o leitor as descubra. Sou um leque de autores: uma multidão habita em mim indiscriminadamente.
Lida bem com as críticas?
M: Crítica é algo maravilhoso: um processo catabólico. Desconstrução deve ser entendida como chave de sabedoria. De onde vem, sabemos se é maldosa, ou não. Pra quem é bom entendedor, meia palavra basta.
Está trabalhando em algum livro no momento?
M: Sim, dois livros... mas sem spoiler.
O que seria de sua vida sem as letras?
M: A morte do Kbral.
Dê uma (ou mais) dica(s) para quem quer ser escritor:
M: Leia muito para ser sinestésico. Escrever requer um mar de sensações dadas ao ser humano apenas pelo exercício da leitura. A leitura, se assim podemos definir, é a mãe de todas as artes e ciência: se faz Matemática, culinária, pintura... sem se ler?
Marco Kbral (1981) é um professor, historiador, maquiador, cantor e escritor brasileiro. Dentre seus trabalhos destacamos obras técnicas e literárias. É imortal da Academia de Letras de Vila Velha, onde ocupa cadeira 22, cujo patrono é José de Anchieta. São elas: O Rio de Janeiro ante seu novo rei: os impactos da Restauração Portuguesa sobre a cidade do Rio de Janeiro (1640-1680), trabalho premiado e publicado em 2001 pela Editora da Universidade Gama Filho, Sete Poemas de Amor (2009), Etérea (2015), Amorodé (2017), Maria Mulher (2018), Passo de Dois (2019), Polifonias Hiperbólicas (2020) e Ressurreição das Caveiras seguido de Piel (2020). É maquiador formado pelo Instituto Catharine Hill, São Paulo (2015), sendo instrutor e, também, empresário da área de beleza.
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