"a-maior-função-do-homem-no-mundo-é-transformar-se-em--literatura" - Reinaldo Santos Neves

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

PALAVRAS CAPIXABAS

 


Clubes de leitura divulgam calendários de atividades


encontro do clube Palavras Capixabas em 2022 com a escritora Carla Guerson


Com a volta das atividades regulares no ano de 2023, os clubes de leitura também estão voltando a realizar seus encontros, entre eles grupos focados na literatura de escritores capixabas ou obras feitas no Espírito Santo. 

O Palavras Capixabas, divulgou seu cronograma. A estreia do ano será no dia 11 de fevereiro com o livro Encontro você no oitavo round, de Caê Guimarães, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, com a presença do autor.




Com edições bimestrais, este ano o clube terá obras de Junia Zaidan, Carla Guerson, Juliana Martins, Marciel Cordeiro e Anaximandro Amorim. Os encontros acontecem no Sebo Cheiro de Livro, na Rua Graciano Neves, 90, Centro de Vitória.



Outro clube, o Leia Capixabas, também divulgou seu calendário anual, em que a cada mês, de março a setembro, o foco é em um gênero literário, sendo que cada integrante traz uma sugestão de obra a ser compartilhada. No dia 21 de outubro, o encerramento das atividades de 2023 será com a realização de um sarau.


encontro do clube Leia Capixabas em 2022



Ambos os clubes de leituras têm grupos no WhatsApp para troca sobre as leituras atuais além de páginas no Instagram (@palavrasmargina_es e @leiacapixabas) caso o leitor ou leitora se interesse em estar por dentro de qualquer novidade com atualizações mensalmente.

sábado, 21 de janeiro de 2023

Primeiros Pedaços [RESENHA] #SêPoesia



“volto todo dia para ver as novidades.” - Pág. 38

É quase um livro de memórias em fragmentos. Quando você versa trechos de uma vida acaba descrevendo retalhos de uma colcha-espaço em um livro de poemas.



“[...] já era um tanto eu
que em quase nada lembrava você.” - Pág. 17



‘Primeiros pedaços’ é uma obra sobre despedidas, sobretudo deixar ir o que não cabe mais, é matéria prima dos desencontros.



“era para desconfiar
de quem nunca olhou pra trás
quando passava pela porta
depois de dizer tchau.” - Pág. 20



A poesia de Paula é um eterno e gostoso folhear de páginas; da vida, do tempo, um constante ir e voltar na narrativa que é viver.




“acordei pensando em vento
e no tempo
em que eu era mais eu.” - Pág. 50



O livro poderia muito bem se chamar metamorfose já que, na minha opinião, é uma descoberta de transformação a cada página.



“quando houve delicadeza, houve tempo.” - Pág. 54



Uma leitura para quem, assim como eu, precisa de um respiro, um texto leve e de ler em uma sentada apenas.

No final, em seu último verso, há um fechamento de ciclo perfeito. É aquele ponto que amarra todo texto.







📚💙Eu e a Thay do @galeoteca nos juntamos para continuar a falar sobre poetas massa e suas obras riquíssimas ao longo de 2023. Eu li ‘Primeiros pedaços’de Paula Maria e Thay declamou Evelina Souza




Bora Sê Poesia com a gente?!

A #SêPoesia é para mostrar poetas do Brasil, você tem alguma indicação? Diz aí.

Gostou de conhecer a Paula? Já conhecia? Me conta também.




✨Depois daqui vai no IG da @galeoteca e confira a poeta indicada: você vai adorar!

sábado, 14 de janeiro de 2023

Entrevistando Contemporâneos & Independentes – Advanir Rosa




Como a literatura entrou em sua vida?

A: Pelas histórias contadas por minha mãe. Quando era criança, bem novinha, por volta dos cinco anos de idade, morávamos num lugar sem energia elétrica. A iluminação era a luz do luar e dentro de casa a luz da lamparina e do fogão à lenha. E era na cozinha, perto desse fogão que minha mãe, toda noite reunia as crianças da vizinhança para contar histórias e causos, especialmente de terror. E eu ficava fascinada. Esperava por esse momento ansiosa. Depois ao entrar na escola fui apresentada aos livros, à literatura. Descobri nos livros uma fonte inesgotável de histórias e desenvolvi uma verdadeira paixão por leitura.



Qual foi o papel da leitura para a construção do seu eu autor?

A: A leitura teve papel fundamental para me constituir autora. Cada livro lido, cada autor conhecido, cada gênero, cada mundo me apresentado, a diversidade de personagens, temas e linguagens diferenciadas, sentimentos diversos provocados pelos inúmeros livros lidos, foi moldando a escritora que hoje sou. Ressaltando que a cada livro lido, sigo me constituindo autora, porque aprendemos sempre e sigo lendo com voracidade. Sem leitura não há autor. É principalmente ela que nos constitui.



Consegue viver de literatura?

A: Não. Vivo da minha profissão na área de Educação. Sou Professora e Pedagoga, respectivamente, em Vitória e Vila Velha. Mas venho trabalhando com a venda dos meus livros de Literatura Infantil publicados numa visão empreendedora. E assim seguirei fazendo com todos os meus livros publicados, já que me organizei para seguir publicando pelo menos um livro por ano. Quem sabe um dia a gente tenha um País que lê e assim possamos viver de literatura? Enquanto isso sigo, colaborando para a formação do hábito da leitura, logo de leitores.



Qual a maior dificuldade que encontra para chegar ao público leitor?

A: A divulgação, porque enquanto escritora independente, tenho que fazer todo o trabalho sozinha, além de escrever, que é a parte fácil do processo, tenho que fazer todo o processo de marketing dos meus livros, formar uma ampla rede de divulgação, o que não é fácil. Penso que cada Município por meio de sua Secretaria de Cultura, poderia apoiar os escritores independentes, mapeando-os, promovendo suas obras e até adquirindo as mesmas. Todos ganhariam com isso, principalmente os munícipes que teriam nas Bibliotecas do município, inclusive as escolares, uma maior diversidade de livros e de escritores a sua disposição.



Quais são suas referências literárias?

A: São muitas, mas vou falar daquelas que me marcaram mais. Ainda da infância, a escritora brasileira Maria José Dupré. O livro infanto-juvenil “A Montanha Encantada” é o livro que me causou tanto encantamento, que contribuiu muito para que eu me tornasse uma apaixonada por livros. No início da adolescência, Adelaide Carraro, com “O Estudante” livro que me impactou de uma maneira que nenhum outro havia feito. E daí por diante tive como referências Edgar Allan Poe, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Clarisse Lispector, Hemingway, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Manoel de Barros, Álvarez de Azevedo, Carolina Maria de Jesus, Olavo Bilac, Conceição Evaristo, Adélia Prado, Aluísio Azevedo, Cora Coralina, Manuel Bandeira.



Lida bem com as críticas?

A: Sim. Parto do princípio que estamos sempre aprendendo, então as críticas também podem ser instrumento de aprendizagem, de crescimento. Tento olhar para elas com um olhar analítico, para enxergar o que posso aprender por meio delas. E quando não há o que aprender, simplesmente as descarto.



Está trabalhando em algum livro no momento?

A: Sim. Estou sempre trabalhando num projeto de um livro, às vezes até em vários concomitantemente. No momento estou desenvolvendo três projetos: um livro de contos, outro de literatura juvenil, e claro um de literatura infantil. Todos me empolgando muito!



O que seria de sua vida sem as letras?

A: Uma pasmaceira! Uma vida em preto e branco, já que o colorido da vida é justamente as letras que me trazem. Escrevo e leio desde pequena. E não consigo imaginar minha vida sem fazer isso.



Dê uma (ou mais) dica(s) para quem quer ser escritor:

A: A dica mais importante é leia, leia muito. Leia de tudo. Leia o que gosta, o que não gosta. Leia para se informar, para aprender, para o lazer. Leia enquanto autor. Você pode fazer um calendário anual de leitura, discriminando os livros que irá ler em cada mês do ano. Só tendo muita bagagem de leituras variadas, passamos a ter bagagem para escrever. Organize sua rotina de escritor: crie sua toca, nas palavras de Manoel de Barros, com tudo que você precisa à mão. Ou seja, seu cantinho para escrever. Organize um calendário de escrita com os horários diários que você consegue escrever.







Advanir Rosa escritora, poetisa, palestrante, contadora e mediadora de histórias, ativista cultural, pedagoga e professora alfabetizadora. Acadêmica na Academia de Letras de Vila Velha - ALVV e na Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores - ACLAPTCTC. Escreve em variados gêneros (apesar da preferência por poemas e literatura infantil). Integra o grupo Chão de Letras da Biblioteca Municipal de Vitória, pelo Projeto Viagem pela Literatura. Promove eventos literários tais como Clube do Livro, Saraus, Organização e publicações de Antologias literárias. É fascinada pela Literatura e acredita em seu poder, no poder das Artes, da Contação de Histórias, da Educação, enfim, da Cultura na transformação da realidade. Publicou o livro de literatura infantil: “A Mudança”, Editora Jorden, 2021. E também de Literatura infantil a obra: “Bruxas diversas, Diversas bruxas”, pela mesma Editora, 2022.


 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Literatura produzida no Espírito Santo - A Grande Reportagem

vídeo retirado no canal do Youtube da Assembleia Legislativa do ES




Qual o futuro desse mercado? Que literatura é essa a nossa? Existe uma literatura “capixaba”? O que faz ela ser forte?

A Grande Reportagem traz uma reflexão sobre a literatura produzida aqui no Espírito Santo, os desafios e os pontos favoráveis ao segmento.