"Não gaste seu dinheiro fazendo cursos para ser escritor, gaste comprando livros primeiro.
Brendda neves
Brendda: Minha mãe lia para os três filhos à noite e sempre comprava livros para nós.
Qual foi o papel da leitura para a construção do seu eu autor(a)?
Qual foi o papel da leitura para a construção do seu eu autor(a)?
Brendda: A leitura foi e é fundamental para todos os escritores. Quando comecei a escrever tinha a voz de todos os autores que já havia lido. Hoje percebo que tenho meu próprio estilo, mas sempre há a influência de tudo o que li e ainda lerei.
Consegue viver de literatura
Consegue viver de literatura
Brendda: Infelizmente não. Gostaria que este fosse meu único labor e também meu sustento.
Em um post de lançamento do seu livro no site midialivre.com foi dito sobre seu livro: “... servir como um farol para reflexões profundas sobre a existência e a saúde mental”. Qual a importância dessa obra justamente no mês da conscientização sobre o suicídio, o Janeiro branco?
Em um post de lançamento do seu livro no site midialivre.com foi dito sobre seu livro: “... servir como um farol para reflexões profundas sobre a existência e a saúde mental”. Qual a importância dessa obra justamente no mês da conscientização sobre o suicídio, o Janeiro branco?
Brendda: (Já estamos em fevereiro)
Qual a maior dificuldade que encontra para chegar ao público leitor?
Qual a maior dificuldade que encontra para chegar ao público leitor?
Brendda: A divulgação, pois a mídia ou a grande mídia não dá espaço para autores independentes como eu, que não tenho uma editora.
Quais são suas referências literárias?
Quais são suas referências literárias?
Brendda: São muitas, pois sou uma leitora voraz. Citarei alguns, mas não todos. Escritores(as) brasileiros(as) eu leio muito Vinicius de Moraes, Drummond, Bandeira, Quintana, Caio Fernando Abreu, Lispector, Cecilia Meireles, Ana Cristina César e Hilda Hilst. Estrangeiros eu amo Baudelaire, Rimbaud, Maiakovsk, Bukowski, Fernando Pessoa, Dostoievski, Sylvia Plath e Jane Austen.
Há muito de você Brendda pessoa física nas páginas de seu novo livro ‘Poeta no divã’, podemos dizer que é uma autoficção/autobiografia de Brendda Neves na forma de seu eu lírico?
Há muito de você Brendda pessoa física nas páginas de seu novo livro ‘Poeta no divã’, podemos dizer que é uma autoficção/autobiografia de Brendda Neves na forma de seu eu lírico?
Brendda: Sim, é autobiográfico. Mas meu editor, por ser mais profissional do que eu, disse que autorretrato é mais poético por se tratar de um livro de poesia.
"Não há como mudar se não se conhecer. Quando você não sabe falar o que sente, e eu não sei falar, escrever é ferramenta poderosa de cura.
Brendda Neves
Brendda: Não, nunca. Mas de uns tempos pra cá tenho aprendido a escutar sem esbravejar. Agradeço a análise e minha analista por isso. (Risos).
“Acredito que a poesia é uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento e a transformação pessoal”, você disse em uma entrevista recente a respeito de seu novo livro e dos poemas nele. Qual a importância da escrita – hoje dita terapêutica - na sua vida pessoal?
Brendda: Não há como mudar se não se conhecer. Quando você não sabe falar o que sente, e eu não sei falar, escrever é ferramenta poderosa de cura.
O que seria de sua vida sem as letras?
Brendda: Eu não seria eu. Não seria esta com quem você conversa agora. Eu sou formada por palavras, e pela palavra escrita, não falada. Às vezes até sonho que estou escrevendo uma poesia, então acordo e co sigo ainda rascunhar alguns versos.
Você como jornalista, a algum tempo no meio literário capixaba e conhecendo um pouco da mecânica do mercado livreiro local, escolheu uma editora do Pará para a publicação do ‘Poeta no divã’. Queria saber o quão difícil é publicar no seu estado e o porquê dessa decisão? Eu, particularmente, vejo uma crescente de publicações das pequenas editoras e das independentes, e uma quantidade maior de publicações a nível nacional.
Você como jornalista, a algum tempo no meio literário capixaba e conhecendo um pouco da mecânica do mercado livreiro local, escolheu uma editora do Pará para a publicação do ‘Poeta no divã’. Queria saber o quão difícil é publicar no seu estado e o porquê dessa decisão? Eu, particularmente, vejo uma crescente de publicações das pequenas editoras e das independentes, e uma quantidade maior de publicações a nível nacional.
Brendda: A Folheando é uma pequena editora independente de Belém do Pará e procura sempre descobrir novos talentos. O meio artístico capixaba e suas editoras são cheias de panelinhas, já desisti de publicar por aqui. Já as grandes editoras só publicam autores de renome e eu estou um pouco longe disso.
Dê uma (ou mais) dica(s) para quem quer ser escritor:
Dê uma (ou mais) dica(s) para quem quer ser escritor:
Brendda: Eu só posso dar uma dica: leia. E leia muito, leia de tudo, todos os gêneros e estilos. Mas ser escritor não é algo que a gente decide um dia e fala: vou escrever. É um chamado. Ou você é ou não é. Não gaste seu dinheiro fazendo cursos para ser escritor, gaste comprando livros primeiro.
da Academia Jovem Espírito-santense de Letras (AJEL).