Inicio assim a conversa sobre este homem que revolucionou a poesia marginal na década de 60, influenciando jovens com seus jeans surrados e suas drogas matinais, enquanto livros de poesia clássicos fervilhavam pela alta sociedade da época. Este, jovem, se lançava pelos becos e ruelas com uma vertente louca e psicodélica da sua arte. Ao lançar ‘Paranoia‘, seu primeiro livro, ele desmembra São Paulo em poesias tão cruéis que dá pra sentir à beira do abismo de Piva.
Este livro ‘Ciranda‘ é um breve estudo biográfico da vida de Piva, suas dores e seus prazeres, por um cara que digamos morou com ele. Cohn, o cara com quem Roberto passou longas tardes e noites conversando, nos abre caminho à conhecer este grande artista.
‘corre a língua
louca na superfície
da coxa em fogo
sua voz
sua anca trêmula
na montanha
da morte
eu & você vivemos
o relâmpago
o momento de amor
desatina
você delira
em suor &
azul
metais explodem
no ar &
caem em cinzas
na folhagem
tudo respira o
prazer do mundo
corpos elétricos
se encaixam & se amparam‘ - (poema SARDANAPALUS, pág.32)
Ainda estou com as informações fresquinhas na cabeça e quis trazer pra você um poeta brasileiro que descreve bem meu gosto pela literatura, um homem que usou e abusou de tudo que a vida lhe deu e devolveu em troca marcantes e profundos versos, marginal até a raiz da alma. Grande abridor de portas aos abortos da posteridade.
(Paranoia‘, seu primeiro livro)
Convido a todos à conhecer Roberto Piva.
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