A pele que arrepia; luzes que habitam as Luzes (RESENHA LITERÁRIA)

 

Luzes vermelhas queimam até a camada mais profunda da pele do leitor. “Suas mãos entrelaçadas, suas coxas se tocam e o cheiro de cigarro e perfume entram em seus pulmões. Eles nunca desejaram algo como desejam um ao outro. Se aproximam cada vez mais e agora suas bocas quase se encostam e o hálito doce do segundo do teu nome invade a ânsia escorpiana de errar.” (da crônica O SEGUNDO DO TEU NOME)

Um livro que aborda relacionamentos, vida e morte, caminhos. Arrepios que ensinam a cada página. “...mal sabendo que meses depois eu fui cachoeira do autor daquele texto e mesmo assim, quem se afogou fui eu, pois além de frio ele era seco.
Fecho o livro e vou em direção a feirinha do bairro para comprar minha macaxeira, mesmo que no futuro eu compro aipim.” (da crônica MACAXEIRA)

Neon que aquece a alma em prosa, o autor toca-nos. As crônicas contemporâneas de Ediphôn Souza vagam pelas ruelas, becos e calçadas. Seco e direto ele acerta certeiros socos no estômago. “Elas se viram pela primeira vez no espelho através dos olhos da outra e perceberam que a luz vermelha cai muito melhor sobre a pele preta.” (da crônica LUZES VERMELHAS III)

Título: Luzes vermelhas
Autor: @ediphon_ Souza
Editora: Viena
Páginas: 88
Gênero: Crônica