David (Vladimir Cruz, à esquerda na foto), um rapaz universitário, comunista, que tem consciência o tempo todo de que está tendo a oportunidade de fazer faculdade graças à revolução cubana, aproxima-se de Diego (Jorge Perugorría, à direita na foto), um sujeito que é a essência de tudo o que o regime condena: homossexual assumidérrimo, defensor arraigado do direito básico de não seguir a cartilha imposta pelos donos do poder, do partido único, crítico inabalável do governo de Fidel, leitor e admirador de escritores estrangeiros que não seguem o modelo traçado pelo socialismo cubano.
A partir daí se tem o arco principal do filme, também bem trabalhado no livro de Senel, onde os personagens vão desnudando uma revolução e as ações de seus integrantes – pessoas comuns com dilemas comuns – mostrando alguns preconceitos ainda latentes em uma sociedade machista e patriarcal.
O filme teve como roteirista o próprio Senel Paz o que, na minha opinião, trouxe uma das melhores adaptações que assisti de filme sobre o livro até agora. É muito fiel ao romance do cubano.
Morango e Chocolate chegou a ser indicado ao Oscar – teve 23 prêmios ao redor do mundo incluindo o Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano.
“[...] porque nós, os tímidos, somos assim: quando nos soltamos somos brilhantes.” – Senel Paz (O lobo, o bosque e o homem novo, pág. 64)
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