Poesia, conto, romance. Não sabemos. O que se sabe através de seus curtos capítulos ou partes é que o sentimento, a sensação ‘amor’ perpassa a personagem principal desde a primeira frase. Ou verso. Não sabemos.
“Neguei seu amor três vezes. Um prato espatifa azul se fazendo em bolinhas de vidro cortante no chão branco. O prato sou eu”. - Pág. 19
O livro é permeado de amores fragmentados, ou, como diz a própria autora: “amor talhado”. (Pág. 16)
‘A única coisa que fere é amanhã pós-amor’ relata, em formato de correspondência ou diário, o íntimo dos personagens. Que se diverte, briga, dá conselhos, sofre.
“Mas aí agora eu sinto pra fora. É bonito. Eu posso até chorar.” - Pág. 41
Aline brinca com pontuação, ou com a falta dela, dando aquele chame clariceano nos textos. Ela abdica também de vários finais de frase, o que não quer dizer que tira toda riqueza de sua obra.
“... nenhum susto é possível depois de tanto desamor.” - Pág. 42
Apesar de cada desmembramento ela - a escritora - toca, nos deixa como lição a obrigação, depois de todas as experiências relatados no livro, de “amar de corpo inteiro”, apesar do que já sabemos sobre a manhã seguinte.
“Eu queria mais tempo de pele, menos tempo de alma. Besteira minha, quando começa com olho nunca é só pele.” - Pág. 59
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