À cidade de Mailson Furtado, vencedor de livro do ano pelo Jabuti de 2018, é um livro muito memorialista.
“a tarde se faz
com o vendedor de picolés
que sossega seu isopor de calçada em calçada
de moeda em moeda [...]” – Pág. 47
Mostra a (in)volução de um território – o sertão -, cidade em que o autor passou a maior parte de sua vida, em trechos sensíveis e certeiros.
“o sertão é um país
que é maior que minha vista [...]” – Pág. 48
A cidade que respira, que cresce é a mesma que observa os dias passarem juntos com os garotos que jogavam bola na terra de chão batido.
“fora de mim
as ruas não são confiáveis
são meras artérias
meras veias
que desaguam num só coração
que pode ser o theatro
o mercado
o shopping
e não desaguam em mim [...]” – Pág. 54
O livro, dividido em quatro partes: presente, pretérito, pretérito mais-que-perfeito e futuro do pretérito narra a história de um sertão que ainda é sempre verão. Onde seca roupas no varal e almas de seus passantes. Uma narrativa que seca as vistas de seus leitores.
“há poeira no rio
mas ele vive [...]” – Pág. 25
A Thay Fracarolli, do @galeoteca, e eu resolvemos nos juntar para um desafio ao qual nomeamos #sêpoesia , onde falaremos sobre poetas nacionais maravilhosos e obras riquíssimas ao longo do ano.
Eu com ‘À cidade’ de Mailson Furtado e a Thay com ‘Longevo quando’ do @GabrielRamos .
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