"a-maior-função-do-homem-no-mundo-é-transformar-se-em--literatura" - Reinaldo Santos Neves

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Entrevistando Contemporâneos & Independentes – Luciano Máximo

 




Como a literatura entrou em sua vida?

L: Embora eu não tenha nascido em uma família de leitores assíduos, já nasci com um encantamento natural pelos livros. Quando encontrei, por acaso, um livro antigo, que minha mãe utilizou em sua época de escola, me desafiei a lê-lo. O livro é do autor californiano Jack London e tem como título “Chamado Selvagem”. A experiência de leitura foi maravilhosa, sendo minha porta de entrada pra literatura.



Qual foi o papel da leitura para a construção do seu eu autor?

L: Meu primeiro contato com os suspenses da inglesa Agatha Christie foi um divisor de águas para mim. Logo de cara percebi que um dia queria escrever algo parecido. No entanto, só na faculdade de Letras e Literatura, ao ter contato com a leitura de autores brasileiros, e tendo-os com referência, que me senti com maior domínio da escrita e resolvi arriscar meus primeiros textos longos. E não parei mais.



Consegue viver de literatura?

L: Seria maravilhoso, mas infelizmente ainda não alcancei esse feito. Seguirei escrevendo. Se um dia eu conseguir pagar minhas contas com a escrita, será por consequência de um constante empenho e aperfeiçoamento.



Qual a maior dificuldade que encontra para chegar ao público leitor?

L: Nós, autores independentes, somos nossos principais divulgadores, e, até conseguirmos construir uma rede social consistente para divulgarmos nossos trabalhos, demanda muito empenho e tempo. Acredito que quando o poder público investir mais nos novos escritores, adquirindo suas obras para as escolas e bibliotecas, ajudará muito na difusão dos mesmos. Enquanto isso, sigamos na luta, trabalhando para que tenha um público cada vez maior nos eventos literários, dos quais participamos.



Quais são suas referências literárias?

L: No início da minha caminhada como escritor eu lia muito os clássicos. Hoje me volto para os contemporâneos como, por exemplo, Raphael Montes, Patrícia Melo e Marçal Aquino. Só que sempre tem um romance da Agatha Christie na minha cabeceira para me inspirar.



Lida bem com as críticas?

L: Não é tão fácil recebe-las, por mais bem intencionadas que sejam. Porém, hoje em dia, depois de ver vários leitores se tornando fãs de minhas histórias, as críticas negativas já não me afetam. Muito pelo contrário. Fico atento a elas, pois podem servir para o meu crescimento.



Está trabalhando em algum livro no momento?

L: Sempre estou. Já não escrevo com a mesma voracidade de anos atrás, mas adoro ter uma trama na cabeça, e escrevê-la, aos poucos, em meu tempo livre.



O que seria de sua vida sem as letras?

L: Quando não estou curtindo minha família, escrever é o que mais gosto de fazer. Então, acho que meu cotidiano seria bem chato se eu não tivesse me descoberto escritor. É claro que gosto de fazer outras coisas, só que a magia das letras é algo insubstituível.



Dê uma (ou mais) dica(s) para quem quer ser escritor:

L: A gente só vai saber se leva jeito, ao deixar de lado a insegurança e começar a escrever sem medo de ser feliz. Às vezes, a pressa de publicar também atrapalha. Só jogue seu texto para o mundo quando ele estiver bem trabalhado; principalmente bem revisado; não o divulgue de qualquer maneira. Penso também ser fundamental que a pessoa estude sua língua, afinal, será sua ferramenta de trabalho. Mas eu acho que o mais importante de tudo, é que seja um bom leitor, pois não acredito em bom escritor que não lê. São as muitas leituras que nos dão bagagem e condições de escrever uma boa ficção.









Luciano Máximo é natural do Rio de Janeiro – RJ, mora em Linhares desde 1992. Cursou a faculdade de Letras e Literatura pela Universidade da Grande Dourados – MS; Pós Graduado em Educação de Jovens e Adultos. Atuou por anos como Professor de Língua Portuguesa e Literatura; é membro correspondente da Academia Espirito-santense de Letras, da Academia Cariaciquense de Letras (cadeira 18) e da Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores (cadeira 63), e integra o Conselho de Cultura Municipal de Linhares. Também atua como músico de MPB, tendo se apresentado em vários eventos literários pelo Estado do Espírito Santo. É revisor de textos e responsável pela edição da revista mensal digital Literatura ao Máximo. Iniciou sua trajetória literária escrevendo crônicas em um blog, e publicou cinco livros.


4 comentários:

  1. Parabéns! Gosto muito dos livros do Luciano Máximo. Adorei a entrevista!

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    1. Quem bom que gostou! Fique a vontade para conferir as outras entrevistas aqui do blog e voltar sempre que quiser. Obrigado pela leitura!

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  2. Parabéns Luciano. Não existe escadas sem degraus. Vc é o sempre será. Assim como vc, acredito em dias melhores para nós escritores. Bjss

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