Azul da Prússia, Olivia Avelar (Editora Folheando, 2023)
Um tom de azul que descreve sobre a beleza da passagem do tempo. Entre poesias rimadas ou não, uma prosa poética certeira e lívida, Olivia nos convida a navegar nas incertezas que compõem a vida.
“Palavras escondidas se desfaçam de silêncios.” - Pág. 17
‘Azul da Prússia’ é um livro franco na suas indelicadezas, daquelas que “mordem e assopram”, nos assustando mas também nos levando às intenções dos dias na ponta de cada lufada do tempo. O livro é dividido em três partes (MMXVI, MMXVII, MMXVIII) e com poemas inominados.
“A fumaça que sobe é feita de saudade poluída ou de sonhos frágeis destruídos pela vida?” - Pág. 31
A obra é uma prosa de esquina, conversa longeva da palavra com o passado, presente e vislumbres de um possível futuro. Ou ainda, como a própria autora diz em um de seus versos, é “um mar eterno”. (Pág. 23)
É um diálogo breve e íntimo, que busca a profundeza dos sentimentos, ‘Azul da Prússia’ é uma rota marítima para aquelas leitoras e leitores sem receio do risco.
“A maré alta intensa vida. Saudade é memória líquida. O que um dia sentimos nunca termina.” - Pág. 37
Olivia Avelar escreve sobretudo sobre as marcas que ficam quando passamos pela areia da praia - vida -, deixando pegadas que serão lavadas pelas horas, mas jamais pelo tempo. É uma escrita das impossibilidades e de permanecer momentos no toque da memória.
“Somos feitos de tudo que deixamos.” - Pág. 39
Por fim o livro trata das dores, da morte, de aceitar-se e aceitar que as cicatrizes são belas quando nos entregamos ao detalhe de cada traço em nossa pele.
“[…] o frio é domínio dos mortos, a nós cabem os amores.” - Pág. 51
PS. Tempestades sepultam versos desavisados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário