Como a literatura entrou em sua vida?
Sam: A literatura faz parte da minha vida desde a infância, partindo do momento em que minha mãe pegava livros emprestados em bibliotecas públicas e levava para que eu lesse. E como tinha prazo de entrega, passei a ler vários por mês, assim nunca mais parei. A escola também teve influência nesse meu processo de leitora, sempre nos levando para a biblioteca da instituição, criando nossa conexão com a leitura e escrita.
Qual foi o papel da leitura para a construção do seu eu autor?
Sam: A leitura teve grande participação na minha descoberta pessoal como escritora. Passei a ver a escrita como um refúgio, um abrigo, um lugar seguro, e para que a escrita exista, alguém antes teve de ter a coragem de escrever algo. E eu sempre pensei, mesmo que fosse um sonho distante de realizar, que algum dia eu poderia ser a pessoa que seria lida por outras pessoas, não só ficar assistindo a literatura acontecer.
Consegue viver de literatura?
Sam: Falando sobre área profissional, eu ainda preciso viver de outros meios artísticos, que de toda forma se relacionam e se integram. Costumo falar que vivo da arte, não tenho pra onde fugir. Além de escritora, sou dançarina, professora de dança e formada em audiovisual. Estou desde sempre inserida na arte, mesmo quando ela ainda ñão me dava retorno financeiro. Porém, falando de literatura em si, me identifico muito, viveria facilmente lendo e poetizando por aí, mas por enquanto escolho andar abraçada com os multiformes meios artísticos dos quais também compõem quem sou.
Qual a maior dificuldade que encontra para chegar ao público leitor?
Sam: Sou escritora poética, e sinto que o público é ainda mais seleto do que se eu escrevesse ficção ou algo do tipo. Eu, inclusive, passei a ler livros de poesia e de poetas nacionais a poucos anos, e entendo até essa estranheza que a escrita real e cotidiana causa. Tem o lado da banalização, como se escrever tivesse que ser sempre algo enfeitado, cheio de magia, personagens e capítulos. E um livro de poesia foge totalmente dessa ideia, ao mesmo tempo, mostra as facetas do autor, ou seja lá quem o livro descreve, de forma lúdica, transmitindo a quem lê o poder da interpretação própria, se retirando desse lugar de entregar algo mastigado. Então, uma das minhas maiores dificuldades, é ser vista como pessoa poeta. Como, acima de tudo, alguém tentando gritar tudo que habita na alma, no intuito de dizer “olha, sou ser humano também, sinto o que você sente” e acalentar corações alheios.
Sam: Sou escritora poética, e sinto que o público é ainda mais seleto do que se eu escrevesse ficção ou algo do tipo. Eu, inclusive, passei a ler livros de poesia e de poetas nacionais a poucos anos, e entendo até essa estranheza que a escrita real e cotidiana causa. Tem o lado da banalização, como se escrever tivesse que ser sempre algo enfeitado, cheio de magia, personagens e capítulos. E um livro de poesia foge totalmente dessa ideia, ao mesmo tempo, mostra as facetas do autor, ou seja lá quem o livro descreve, de forma lúdica, transmitindo a quem lê o poder da interpretação própria, se retirando desse lugar de entregar algo mastigado. Então, uma das minhas maiores dificuldades, é ser vista como pessoa poeta. Como, acima de tudo, alguém tentando gritar tudo que habita na alma, no intuito de dizer “olha, sou ser humano também, sinto o que você sente” e acalentar corações alheios.
Quais são suas referências literárias?
Sam: Me disseram que clichê é algo que funciona, então lá vai. Cresci lendo O Pequeno Príncipe, e quando digo que cresci, é literal. Reli esse livro diversas vezes e a partir disso consigo a proeza de conectar qualquer acontecimento da vida com alguma metáfora do livro. Eu lia muitos contos literários, e jurei que meu primeiro livro seria nesse gênero, aliás. O último que li antes de lançar meu livro foi O mundo de cá, de Juane Vaillant (artista capixaba). Gosto muito de Ni Brisant também, que vai de poesia até contos, foi presente de um amigo poeta que me deu cerca de três livros desse mesmo autor. Fiquei apaixonada.
Sam: Me disseram que clichê é algo que funciona, então lá vai. Cresci lendo O Pequeno Príncipe, e quando digo que cresci, é literal. Reli esse livro diversas vezes e a partir disso consigo a proeza de conectar qualquer acontecimento da vida com alguma metáfora do livro. Eu lia muitos contos literários, e jurei que meu primeiro livro seria nesse gênero, aliás. O último que li antes de lançar meu livro foi O mundo de cá, de Juane Vaillant (artista capixaba). Gosto muito de Ni Brisant também, que vai de poesia até contos, foi presente de um amigo poeta que me deu cerca de três livros desse mesmo autor. Fiquei apaixonada.
Lida bem com as críticas?
Sam: Depende do dia. Tem vez que estou segura a ponto de nada me abalar, parte disso é graças a um processo de me desprender da validação alheia. E também tem dias que comentários não construtivos impregnam nos meus pensamentos e passo o dia pensando naquilo, mas nunca cheguei a desistir por críticas.
Está trabalhando em algum livro no momento?
Sam: Sem pressão, mas sim! Estou sempre com algo em mente, minha criatividade não para.
Sam: Sem pressão, mas sim! Estou sempre com algo em mente, minha criatividade não para.
O que seria de sua vida sem as letras?
Sam: Desde mais nova, quando escrevia na agenda da escola durante o intervalo, eu dizia que a escrita é parte de quem sou. Então, eu não seria tão eu se me podassem as letras, me tirassem as palavras e não existisse mais a poesia.
Dê uma (ou mais) dica(s) para quem quer ser escritor:
Sam: Crie hábito em prestigiar outros escritores. Acredito que crescemos mais quando nos unimos. É importante também ter foco, tirar a escrita do âmbito do comodismo, buscar se aperfeiçoar sempre, lendo e escrevendo com hobby também. Não se cobrar tanto. Se hoje há bloqueio criativo, amanhã podem surgir grandes ideias. O tempo leva tempo. Ser seu maior fã, mesmo que a modéstia seja algo louvável. Acreditar em si vem a partir da ideia de crer que você merece estar no espaço que almeja ocupar. Vá com fé e sem medo!
Sam: Crie hábito em prestigiar outros escritores. Acredito que crescemos mais quando nos unimos. É importante também ter foco, tirar a escrita do âmbito do comodismo, buscar se aperfeiçoar sempre, lendo e escrevendo com hobby também. Não se cobrar tanto. Se hoje há bloqueio criativo, amanhã podem surgir grandes ideias. O tempo leva tempo. Ser seu maior fã, mesmo que a modéstia seja algo louvável. Acreditar em si vem a partir da ideia de crer que você merece estar no espaço que almeja ocupar. Vá com fé e sem medo!
Sam Caetano, tem 21 anos, além de ser escritora poeta é bailarina e professora de dança, é também formada em rádio e televisão. Faz arte e vive sendo artista desde sempre, frequenta diversos espaços culturais e cria laços com tudo que há de ser expressão.
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