Levante, Henrique Marques Samyn (Editora Jandaíra, 2020)
Na primeira parte o livro fala do início da jornada, com temas como: a animalização, a tortura, doenças, é a parte mais pesada do livro, porém, no último poema chamado ‘diáspora’ o autor, num canto de liberdade, nos convida à luta.
“Não esqueçais
que de nossa resistência
nasceu vossa liberdade[…]” - Pág. 25
O livro é uma breve epopeia das histórias dos negros e negras escravizadas, contando suas dores e desejos, sentimentos e vontades, em cada poema a síntese de um tempo e em cada verso a força da resistência de um povo.
“Seus herdeiros, resistimos -
nós, os filhos da senzala.” - Pág. 28
‘Levante’ conta também sobre seus heróis, deuses e deusas, que lutaram e que agora servem como forças para as futuras batalhas. Para além do embate, a parte III: ‘Ancestralidade’ versa poemas de liberdade, com suas lindas homenagens aos que vieram antes.
“Tem a bênção dos bons deuses
quem mata seus senhores.” - Pág. 49
Apesar de ser um livro de poemas ele forma um círculo narrativo perfeito com início, meio e fim, começando aprisionados e encerrando livres. Com ilustrações que permeiam todo o livro - e que conversam com a história - deixando-o mais enriquecedor.
“[...] que em nossas casas nasçam mil quilombos.” - Pág. 79
Através dos versos de Henrique Marques vemos que a mesma história que se repete; a cada século, a cada esquina, a cada página, é a mesma que teima em resistir.
“Nossa raça se alimenta de esperança.” - Pág. 97
Da parte VI do livro, intitulada ‘Liberdade’ retiro o trecho: “[...]guerreiras e guerreiros triunfantes/ergamos as cabeças dos senhores/nas pontas de mil lanças afiadas/que as gerações vindouras as contemplem.” - Pág. 101 do poema ‘VIII’ um dos que eu mais gostei.
Super recomendo a leitura,
espero que tenha gostado,
Até a próxima!
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