“Literatura se planta com acidez e ironia.” - Pág. 135
O livro é feito de contos rápidos, de no máximo duas páginas, além de seus parágrafos muito curtos que você lê e nem percebe quando cada texto termina. É uma leitura bastante fluida.
“Daniel odiava que escritores conversassem sobre literatura e não sobre a vida, sobre o mundo, a guerra, o suicídio, a existência, o mar e seus tantos outros aspectos fascinantes, mas, ainda assim, se sentou ali.” - Pág. 110
Nos apresenta criaturas marginalizadas: mendigos, prostitutas, corpos invisibilizados em situações inesperadas, por isso cada conto parece universo a parte.
Apesar de todos refletirem uma contemporaneidade única; a realidade é uma viagem por isso Matheus resolveu escrevê-la.
“A modernidade fede, e é para quem tem paciência e certo senso de masoquismo.” - Pág. 62
Matheus tira sarro da humanidade, de seus smartphones com seus Apps super desenvolvidos, sempre com humor muito ácido, quase subvertendo seu texto a uma nova narrativa.
No conto ‘O roqueiro de preto’ lembrei dos meus tempos no rock in roll, uma vibe massa que marcou toda uma geração. O que também me fez enxergar a temporalidade das coisas, dos momentos, das pessoas.
Senti umas características da crônica nos textos de ‘Pro inferno com isso’; um tanto biográficos pelas vivências de cada personagem.
“Um mundo de Sérgios Sampaios parecia perfeito, no entanto, as pessoas estavam consumindo-o em excesso e, assim como quase tudo na vida, percebi que Sérgio Sampaio podia ser nocivo em excesso.” - Pág. 99
Em alguns contos do livro o autor se pega comumente fazendo críticas ao academicismo, que engessa os escritores hoje em dia, deixando-os alienados ao que se passa no mundo real.
“Lá estavam os escritores do cenário brasileiro, vestidos todos com roupas parecidas, pensamentos parelhados, rabos presos e discursos cautelosos.” - Pág. 121
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