“Uma casa é um organismo vivo.” - Pág. 37
Em ‘Bárbara’ o tempo decorre diferente, ele vem e vai feito os moradores de um edifício, e por essa falta de linearidade as personagens também vêm e vão criando assim um texto fragmentado.
“Não suporto esses prédios novos, cobertos de vidro e revestidos de porcelanas brancas, lisas e desalmadas.” - Págs. 11/12
Os capítulos ou histórias são divididas pelos números dos apartamentos, pátio, elevador e ‘C’ - que a pesar de ter algumas narrativas independentes - se interligam no final.
“Segurei sua mão e foi como se ela não sentisse. O bem-te-vi pousou e cantou. Ela sorriu, respirou fundo e dormiu. Naquele momento entendi que, quando destruí a casa e o jardim, destruí sua mãe.” - Pág. 63
Há através do livro um entrelace de cada história com a vida das pessoas que por ali passaram, entre as que ainda residem no prédio e as que ainda vamos passar, o que acaba fazendo um texto bem construído.
“Inventar histórias é coisa de gente atrevida. Porque a cada palavra guarda um segredo do mundo e, por isso, não se pode gastá-las.” - Pág. 88
É um livro de enorme sensibilidade. Confesso que a parte ‘402’ me arrancou algumas lágrimas.
“Envelhecer é adiar.” - Pág. 40
‘Bárbara’ é um entremeio de romance e conto com um texto de rápida leitura - com palavras e capítulos curtos -, porém profunda.
“- Nossa família tem muitas histórias tristes.
- E muitos silêncios.” - Pág. 92
‘Bárbara’ de Brunela Brunello é, para mim, a narrativa das sutilezas. O resultado de uma trama bem trabalhada.
“A vida simplesmente acontece. E, daqui de cima, eu vejo tudo.” - Pág. 94
Nenhum comentário:
Postar um comentário