A escritora e crítica cultural vai ocupar a Cadeira 30, que era da escritora Nélida Piñon
Heloisa Buarque de Hollanda nasceu em Ribeirão Preto (SP), em 1939. É escritora e professora de teoria crítica da cultura na UFRJ, onde coordena o Programa Avançado de Cultura Contemporânea, o projeto Universidade das Quebradas e o Fórum Mulher e Universidade. É autora e organizadora de muitos títulos, como Tendências e impasses (1994) e Explosão feminista (2018).
‘Poesia marginal’
A antologia 26 Poetas Hoje, organizada por Heloisa Buarque de Hollanda, foi lançada em 1976. Nessa coletânea está a chamada “poesia marginal dos anos 70”.
26 Poetas Hoje, na época do seu lançamento, causou polêmica e recebeu críticas por todos os lados: a Academia Brasileira de Letras, por exemplo, não conseguia ver nada além de um simples valor “sociológico” naqueles “sujos” e “pornográficos” versos produzidos por ilustres desconhecidos.
A ‘geração do mimeógrafo’
O termo “marginal” foi cunhado pela própria Heloisa, organizadora da antologia, e não remete à noção de fora-da-lei, como poderia supor o leitor mais desavisado. Na verdade, ele se aplica a autores que tinham dificuldade para emplacar suas obras em editoras de grande porte. Não é à toa, portanto, que eles foram imortalizados pela expressão “geração do mimeógrafo”, já que se valiam dessa máquina para levar ao público consumidor, de forma ágil e barata, livros de pequena tiragem bancados por conta própria.
Entretanto, 26 Poetas Hoje é emblemático porque fez justamente o contrário: abriu as portas do mercado editorial para a maioria dos que participaram da antologia. Além disso, “marginal” era aquele que traduzia em versos de postura anti-intelectual os problemas do seu cotidiano, revelando sintonia com as mudanças políticas e comportamentais por que passava o país. O momento era de repressão e censura impostas pelo governo militar, mas também se caracterizava pela assimilação da cultura pop, que o tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil ajudou a introduzir.
A ABL teve que deitar
A escritora e crítica cultural vai ocupar a Cadeira 30, que era da escritora Nélida Piñon. Ela recebeu 34 dos 37 votos.
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