“Pero se contuvo; no podía aplicar en el amor las lecciones sucias de la calle.” - Pág. 34
Uma travesti, guerrilheiros, um ditador, um atentado e um amor. Esses são os planos de fundo do único romance de Pedro Lemebel.
“[…]ellos estaban de acuerdo con tu gobierno, porque era uno de los pocos países que te admiraban por haber derrotado al marxismo.” - Pág. 41
La Loca del Frente, personagem principal do livro e o ‘presidente-ditador’ - em capítulos intercalados - desnudam um Chile ao mesmo tempo repressivo e poético.
“Como si no se supiera que es el único que manda en este país de mierda, donde uno ni siquiera puede comprarse un tocadiscos para escuchar lo que quiere.” - Pág. 79
Depois de uma vida escrevendo suas crônicas sensíveis e ácidas, Pedro nos brinda com esse romance que é uma síntese de seu país pós-ditadura, com pitadas de humor e horror entrega a seus leitores uma obra prima.
“De tanto escuchaste las transmisiones sobre ese tema había logrado sensibilizarse, emocionase hasta vidriar sus ojos, escuchando los testimonios de esas señoras a quienes les habían arrebatado al marido, a un hijo, o algún familiar en la noche espesa de la dictadura. Ahora se atrevía decir dictadura y no gobierno militar[…]” - Pág. 113
Eu conheci o autor tem uns anos, me apaixonei de cara após ler ‘Serenata Cafiola’ e agora esse ‘Tengo miedo torero’ (ambos em espanhol, pois ainda não tem tradução em português) veio para cravar ela na minha lista de escritoras favoritas da vida.
“¿Y qué le iba a hacer?, si en su vida siempre alumbró lo prohibido, en el retangueo amordazado de imposibles.” - Pág. 120
Tengo miedo é puro história chilena, o autor sita vários acontecimentos, entre eles o golpe militar, o assassinato de Allende e a guerra do pacífico. Pedro relembra com maestria as lutas diárias do povo latino-americano.
O que mais gostei do que li dele até hoje é o fato de descobrir cantoras e músicas novas, a autora nos apresenta neste romance, através do rádio da Loca del Frente nomes importantes da música popular e folclórica chilena.
“[…]entre amar y querer hay un mundo de diferencia. Te quiero con tu diferencia. No es lo mismo. Yo por ti, como dice una canción, contaría la arena del mar (con los ojos entornados). Por ti yo sería capaz de matar.” - Pág. 129
O que me leva a mais um apontamento sobre a leitura: a linguagem do livro é quase toda coloquial, a língua das ruas, das vielas, do povo. O que me fez sentir mais próximo das personagens.
“[…]el cuento terminaba de esa manera absurda, Carlos y ella arrancando en dos direcciones opuestas.” - Pág. 166
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